Monólogo da peça MacBeth de Shakespeare. Direção: Inês Aranha. Indac. Tradução de Barbara Eliodora para a passagem na qual Lady Macbeth acaba de saber que o rei Duncan virá visitar o castelo, e decide que ele deve morrer para que Macbeth possa se tornar rei. Neste monólogo, ela invoca os espíritos do mal para e enchê-la de crueldade suficiente para cometer o assassinato.
“Está rouco o corvo que anuncia a entrada fatal de Duncan sob meu teto.
Vinde, espíritos que atendem aos pensamentos de morte,
dessexualizai-me aqui e enchei-me, da cabeça aos pés, da mais atroz crueldade.
Engrossai meu sangue, bloqueai todas as portas e passagens ao remorso,
para que nenhum impulso natural sacuda meu plano cruel
nem fique espaço entre a intenção e o ato.
Vinde aos meus seios femininos e substituí o meu leite por fel,
vós, ministros da morte, onde quer que em formas invisíveis estejais prontos
para ajudar os feitos do mal!
Vem, noite espessa, envolve-te no fumo mais denso do inferno,
para que minha lâmina não veja a ferida que abre,
nem o céu perscrute por entre as trevas para gritar: ‘Pare!’”
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